Alunos de Cubatão divulgam a cultura regional em ação internacional
segunda-feira, 26 de novembro de 2012Os alunos da Unidade Municipal João Ramalho em Cubatão, no litoral do Estado de São Paulo, estão conectados com crianças de mais de 51 países. Sem sair da sala de aula, eles ultrapassaram as barreiras territoriais e estão conhecendo a cultura de outras nações utilizando apenas de imagens, feitas por crianças que já se tornaram seus amigos virtuais.
A professora Milene Silva Pinheiro teve a ideia de participar do Programa Connecting Classrooms, promovido pelo Conselho Britânico. Ela recebeu um email que falava sobre um projeto internacional e resolveu inscrever os alunos do 2º ano da Unidade Municipal João Ramalho em uma atividade diferente.
O programa utiliza a internet como uma ponte para a troca de culturas entre crianças de escolas do mundo inteiro. A plataforma Schools Online é utilizada por crianças da Alemanha, Brasil, China, Espanha, Índia, Líbano, Marrocos, Nigéria, Portugal, Suíça, entre outros países.
Para cada faixa etária há um tema específico que deve ser trabalhado com as crianças. Por isso, os estudantes de Cubatão passaram a participar do Projeto Internacional Contos Folclóricos, uma das categorias do Connecting Classrooms, voltada para crianças de 6 a 10 anos. “Como é um turma de alfabetização, a minha intenção era a produção textual”, diz a professora.
Eles tiveram que escolher uma lenda cubatense para apresentar para crianças de outros países por meio de desenhos. “Já vínhamos estudando o folclore nacional e tivermos que fazer essa pesquisa regional, conhecer as lendas de Cubatão. A escolhida pelos alunos foi a ‘A Bruxa da Ponte’”. Segundo a professora, a lenda conta a história de uma mulher que usava xale e esperava seu marido em uma das margens do rio Cubatão durante a noite. Os canoeiros viam a mulher e pensam que ela era uma bruxa. No final, um deles descobre que era a cunhada dele.
A história chamou a atenção dos alunos, que começaram a fazer os primeiros rascunhos dos desenhos que representariam a lenda. A professora de artes da escola, Juliana Camillo, ajudou os alunos a resumir a história em 10 cenas. Cinco grupos foram montados e cada um deles ficou responsável por desenhar duas cenas. Os rascunhos foram feitos em papel sulfite e depois passados para cartolina.
As professoras tiraram fotos das imagens para serem inseridas na plataforma do site do Conselho Britânico. Crianças de outros países terão que entender a lenda de Cubatão por meio dos desenhos feitos pelos alunos da UME João Ramalho. Milena conta que cada escola escolhe a melhor forma de realizar as atividades. “Alguns usam slides, tem escola que simplesmente coloca as fotos, outros produzem textos, relatam o que estão sentindo. Depende muito da conexão com a internet que eles tem também”, fala.
Os alunos de Cubatão também tiveram que cumprir a tarefa. Eles selecionaram uma história indiana e tentaram compreender a lenda a partir das imagens. A professora de inglês Joyce Moraes Silva ajudou os alunos a escreverem o que eles entenderam sobre o conto indiano “Ouro Crescente”. Depois, ela traduziu para o inglês as frases feitas pelas crianças.
Eles postaram na plataforma as informações e os alunos indianos confirmaram que os cubatenses entenderam a história. “Foi muito bacana mostrar esse resultado pra eles”, diz a professora Milene. Ela também tirou uma foto da turma de alunos que participou do projeto para enviar as escolas de vários países que fazem parte do programa.
Fonte: G1