Após 5 meses, famílias de Cubatão atingidas por enchente ainda aguardam moradias
quarta-feira, 24 de julho de 2013Já se passaram cinco meses desde que fortes chuvas provocaram uma grande destruição no município de Cubatão (SP). Na ocasião, 2.700 pessoas perderam as casas e ainda esperam por um novo lar. Muitas delas ainda vivem com parentes, outras encontram dificuldades para pagar o aluguel com o auxílio recebido pelo Governo do Estado.
A dona de casa Maria Aparecida Cardoso morava no bairro Pilões, perdeu tudo o que tinha na enchente de fevereiro. Por 20 dias, ela, o marido e as duas filhas, ficaram em um dos abrigos oferecidos pela prefeitura. No final de março, veio a primeira parcela do auxílio-aluguel, de R$ 400. Com esse dinheiro, conseguiu arranjar uma casa de apenas dois cômodos no bairro Jardim 31 de Março, mas ainda é preciso completar com R$ 250. Os móveis, eletrodomésticos e as roupas são de doações.
A família sobrevive com o salário de R$ 500 do marido e é só fazer as contas para entender o quanto é difícil. “A gente tem que repor do bolso e ainda comprar as coisas para dentro de casa. Na época da enchente, muita gente me ajudou”, relata a dona de casa.
Há cinco meses, chuvas muito fortes castigaram alguns bairros de Cubatão. Os mais atingidos foram Água Fria e Pilões. Em alguns pontos, a água subiu mais de dois metros de altura. A lama tomou conta de ruas e invadiu casas. Cerca de 1.500 pessoas perderam tudo com a enchente, móveis, eletrodomésticos, roupas e a própria casa onde moravam. Quase 250 famílias foram levadas para alojamentos da prefeitura. A outra parte ficou em casas de parentes. Um mês depois, a prefeitura começou a liberar o auxílio-aluguel.
No final de junho, a prefeitura e a CDHU assinaram um acordo. Um terreno de 110 mil metros quadrados que fica na Ilha Nhapium, perto da Ilha Caraguatá, será cedido ao Governo do Estado. Nessa área, serão construídas 800 moradias. Segundo a CDHU, a prioridade é destinar essas moradias às famílias da Água Fria, que perderam tudo com a enchente em 22 de fevereiro e já estavam cadastradas no Programa Serra do Mar. Os desabrigados que viviam em Pilões também devem ser beneficiados. Outros terrenos já foram oferecidos pela prefeitura à CDHU para a construção de mais 1.200 moradias.
Enquanto tudo isso não sai do papel, Maria Aparecida leva a vida do jeito que dá e sonha com dias melhores para a família. “Agora eu não sei para onde vou, quero ter minha casa própria, mas não sei o que a prefeitura vai fazer comigo e com as outras famílias que estão no mesmo lugar que eu”, conclui.
Segundo a CDHU, o terreno na Ilha Nhapium ainda está na fase de projeto. Depois da licitação, o prazo de construção é de 24 meses. Outros dois terrenos estão sendo avaliados pelo Governo do Estado.
Fonte: G1