Marcial de Cubatão e Orquestra de Violeiros de Mauá: espetáculo para recordar
quarta-feira, 21 de novembro de 2012Os acordes da viola e do violão despertaram o sentimento daqueles que vieram do interior e que moram ou estiveram em Cubatão no fim de semana. O último domingo (18) trouxe um espetáculo para ficar na memória dos apaixonados por música sertaneja, de raiz: “Sinfônica e Violeiros – um Encontro especial” reuniu a Banda Marcial de Cubatão e a Orquestra de Violeiros de Mauá, além do Coral Raízes da Serra e da dupla cubatense Valter e Vieira.
O espetáculo aconteceu no vão cultural no Novo Anilinas. A Marcial abriu a tarde musical sob a regência do maestro Alexandre Felipe Gomes. Interpretando a vibrante Tico Tico no Fubá (Zequinha de Abreu), o grupo artístico foi bastante aplaudido durante toda a apresentação. Na canção Caras Sujas, composta por Roberto Farias e inspirada em um poema de Afonso Schmidt, o maestro Alexandre, sempre espontâneo, fez questão de destacar a presença de Roberto no espetáculo. “Estamos muito felizes que o maestro Roberto está aqui conosco”, afirmou. Roberto Farias vem se recuperando de um problema de saúde.
A Marcial também dividiu o palco com a dupla Valter e Vieira, interpretando Saudade da Minha Terra, de Belmonte e Goiás, grande clásico da música sertaneja. Nesta primeira parte do show, a Banda recebeu, ainda, as maduras vozes do Coral Raízes da Serra, da Terceira Idade. Músicas como Triste Berrante (Mário Zan) e Chalana (Almir Sater) fizeram o público bater palmas e dançar.
Na sequência, a Orquestra de Violeiros de Mauá tocou e cantou a história daqueles que, embora estejam nesse “mundão”, não deixam para trás as saudades do interior, expressando por meio da música, a essência de tudo que é verdadeiro no homem sertanejo. No repertório, as canções O menino da porteira, sucesso na voz de Sérgio Reis; Cuitelinho (folclore recolhido por Paulo Vanzolini e Antônio Xandó), Chitãozinho e Chororó (Serrinha), As mocinhas da cidade (Nhô Belarmino), Moreninha Linda, e Asa Branca, uma homenagem ao centenário do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.
Contando com a regência de Dedé de Lira, a Orquestra de Violeiros traz uma bagagem sólida que reflete em muitos anos de estudo e pesquisa do repertório folclórico e de raiz brasileira – como catiras e cururus, toadas e modas de viola. Composta por 50 integrantes – entre músicos e cantores – traz canções do repertório de raiz, daquelas que fazem parte do imaginário do povo brasileiro, interpretadas com violas, violões, berrante, acordeom, percussão e pios de pássaros. Criada em 1990, tendo como regente titular Rodrigo Hernandes, a Orquestra já realizou mais de mil apresentações e gravou seis discos. Este espetáculo, que tem percorrido várias cidades paulistas, conta com patrocínio da empresa Prada Distribuição (do Grupo CSN), tem apoio do Proac – Programa de Ação Cultural do Estado de São Paulo e da Prefeitura de Cubatão e é realizado pela Nery Cultural.
Momento mais esperado – A apresentação foi sucesso total na cidade, ocupando o vão do Centro Multimídia do Novo Anilinas e reforçando a utilização do local como mais um espaço para o fazer da arte na cidade. Por fim, a união da música sinfônica e da sertaneja. Marcial e Orquestra de Violeiros uniram mais de 100 instrumentistas, que interpretaram grandes clássicos da Música de Raiz: Saudades de Matão, A vaca já foi pro brejo, Tristeza do Jeca e A saudade vai, em orquestrações de Edmundo Villani-Côrtes, adaptadas por Mario Tirolli. Músicos e público terminaram o espetáculo como em uma grande confraternização, cantando Saudades da minha terra, unindo, ainda, o Coral Raízes e a dupla Valter e Vieira.
Fonte: Prefeitura Cubatão